O fenômeno Victor e Leo

Boa tarde Borboletas, Fadas, Sapos e afins!

Hoje, em uma de minhas constantes andanças pelo google, encontrei esse depoimento no Blog No Embalo escrito no ano passado pelo Marcus Vinícius de Uberlândia/MG. Nesse texto ele relata de uma maneira pessoal toda a trajetória da dupla Victor & Leo até alcançarem o estrondoso sucesso de hoje.

Sei que nós fãs sabemos das dificuldades que os meninos passaram ao longo da carreira até chegarem ao patamar que estão hoje sendo considerados uma das melhores duplas sertanejas do país e esse depoimento traz um relato de quem acompanhou um pouco dessa história.

O fenômeno Victor e Leo

De tempos em tempos surgem no Brasil uma nova safra de duplas ou duplas antigas da estrada estouram, mas uma coisa é certa: sempre vai existir “a dupla da vez”. Não há como negar que a dupla da vez é Victor e Leo. Sou de Uberlândia - MG e pude acompanhar desde o início a explosão desse novo fenômeno da música sertaneja. Não sei se todos os leitores deste blog já estão familiarizados com essa dupla, mas quem já conhece sabe do que estou falando.

Os caras nasceram em Ponte Nova - MG e foram criados em Abre Campo – MG. Mudaram-se pra BH tentando realizar o sonho de fazer sucesso e por lá permaneceram uns quatro anos. Não deu certo. Mudaram-se então para São Paulo e por lá permaneceram mais sete anos tocando exclusivamente em bares, sempre naquele mesmo sonho de fazer sucesso. Também deram com os burros n’água. Acontece que eles tinham gravado um CD ao vivo em São Paulo, coisa simples, e alguém de Uberlândia se interessou. Esse alguém era o Luiz Antônio, diretor artístico da Paranaíba FM, tida por muitos como a maior rádio sertaneja do interior do Brasil. Pra quem não sabe, a Paranaíba FM é responsável direta pelo sucesso de Bruno e Marrone, Rio Negro e Solimões e muitos outros.

Pois é. As músicas de Victor e Leo começaram a tocar na rádio. Confesso que eu escutava e pensava: “mais uma dupla de acústico ao vivo”. Não demorou, no entanto, para as músicas serem pedidas pelo público nas outras rádios e nos bares (eu toco na noite). O CD nem existia aqui na região. Era um trabalho independente e a única loja de CDs originais que sobrou não vende CDs independentes. Porém, alguém conseguiu o CD e pirateou pra toda a região. Eu fui um dos primeiros a adquirir o CD, pra poder ouvir e formular uma teoria sobre esse sucesso tão repentino. Pouco tempo depois, todo mundo já tinha. Em todo lugar que eu andava, só se ouvia Victor e Leo. Era um fenômeno muito parecido com o que tinha acontecido com Bruno e Marrone, que também estouraram aqui antes de estourar para o resto do Brasil.

Foi marcado, então, o primeiro show de Victor e Leo aqui em Uberlândia, no mesmo formato do CD ao vivo, ou seja, dois violões, acordeon e percussão. Eles ainda estavam naqueles mesmos bares de São Paulo, alheios ao sucesso que faziam cá pra essas bandas. Resultado do show: lotação esgotada. Foi no início do sucesso. Depois disso, já devidamente empresariados pelo mesmo Luiz Antônio de quem falei anteriormente, mudaram-se pra cá, estabeleceram a base aqui e entraram para o plantel do “Clube do Cowboy”, um dos maiores escritórios de venda de shows do Brasil. Passaram então a fazer cerca de 15 show por mês, em praticamente todas as cidades da região.

Meses depois, já completamente estourados, alguém teve a idéia de relançar aquele mesmo trabalho independente com o selo da Sony BMG. Com isso, o CD passou a ser vendido em todo o Brasil. Gravaram, então, um DVD para cerca de 30000 pessoas, aqui em Uberlândia. Eu pude assistir à gravação e conferir a estrutura. Era realmente uma estrutura de altíssimo nível. Era estranho pensar que uma mesma dupla que há menos de um ano tocava em botecos de São Paulo estava gravando um DVD com aquela magnitude. O repertório era o mesmo daquele CD simplezinho que tinha feito tanto sucesso e que agora era vendido para todo o Brasil. Só que a roupagem era totalmente nova, com banda completa.

Domingo passado, o DVD foi lançado no palco do Faustão. Victor e Leo ficaram no palco por cerca de 40 minutos, algo incomum para quem vai ao Faustão pela primeira vez (César Menotti e Fabiano, por exemplo, não ficaram nem dez minutos). Sinal que o sucesso realmente é pra valer e que o Brasil está de braços abertos para recebê-los.

Victor e Leo são um caso a se estudar. Voz grave, tons muito abaixo do normal para cantores sertanejos, músicas exclusivamente próprias, enfim, eles têm tudo o que as outras duplas não têm. Na minha opinião, é exatamente por isso que fazem tanto sucesso. Graças, em grande parte, ao rádio, que disseminou as músicas da dupla. Prova de que o rádio ainda tem muita força e de que criatividade e originalidade são sempre bem recebidas pelo público. Parabéns aos dois.

Fonte: www.noembalo.com/blog